I
De vestígios culturais
O sertão é composto
Tem marcas no rosto
Dos tempos coloniais
Os grandes canaviais
Espalhados no sertão
Era linha de produção
O ouro branco aparece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão
II
A economia açucareira
Liderava as atividades
Explorar oportunidade
Na caatinga brasileira
Tínhamos mar e beira
Pra fazer a navegação
Transportar a produção
Sua economia aquece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão
III
Um mundo enriquecido
Portugal aqui encontrou
Colheu mas não plantou
Lhe era muito favorecido
Todo o sertão era luzido
Sua riqueza abria clarão
E começou uma divisão
Que até hoje prevalece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão
IV
Dois mundos distinto
O nordeste ainda tem
Foi herdado de quem
Aqui passou faminto
Escrevendo eu sinto
O pavor da discussão
O poder do cinturão
O escravo se amolece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão
V
Através de um edital
A carta regia mandou
Pecuarista pro interior
Canavieiros pro litoral
Enriquecendo a capital
Empobrecendo o sertão
No víeis dessa divisão
OS conflitos acontece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão
VI
Até nos tempos atuais
Essa herança continua
É a verdade nua e crua
No interior ou capitais
Se na época os cristais
Disfarçava o podridão
Cristais já não tem não
E o podridão aparece
Portugal se enriquece
A custo da escravidão